Estrutura Analítica do Projeto – A chave para o sucesso do planejamento e controle de qualquer obra

Sócio Diretor at PMON | murillo@pmongerenciamento.com.br | Website | + posts

Mais de 10 anos de experiência profissional como Gerente de Projetos em obras em indústrias multinacionais, prediais, comerciais, logísticas e de infraestrutura: gestão de contratos, responsável pela gestão da criação das linhas de base de Escopo, Custo, Tempo, Pessoas, Qualidade e Risco e pelo monitoramento e controle da execução, identificando desvios em relação ao planejamento e controlando as expectativas de todas as partes interessadas envolvidas através de um sistema de reporte de desempenho, seja a nível de projeto ou portfólio.

Um projeto pode ser definido com um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único. Desta maneira, uma obra, reforma, empreendimento imobiliário ou outras atividades da indústria da construção civil pode ser caracterizado com um projeto.

E como em todo projeto, uma obra tem em sua fase de planejamento um dos pilares necessários para garantir o sucesso da execução, com o objetivo de garantir que a mesma seja entregue dentro do prazo, do custo e com a qualidade necessária.

E durante a fase de planejamento é onde definimos qual o escopo desta obra, tentando garantir que todo o trabalho, e apenas o trabalho necessário, seja previsto para concluí-la de forma bem-sucedida. E caso os gestores dessa obra não saibam definir/identificar o escopo durante o planejamento, muito provavelmente as outras áreas (custo, prazo, qualidade, etc) poderão ser mal planejadas.

E de nada adianta um levantamento de escopo bem realizado caso o mesmo não seja documentado de maneira correta, permitindo melhor entendimento dos envolvidos da obra e tornando os serviços mais facilmente gerenciáveis. E a melhor maneira de se documentar e detalhar o escopo de uma obra é criando uma Estrutura Analítica do Projeto, popularmente conhecida como EAP.

E de nada adianta um levantamento de escopo bem realizado caso o mesmo não seja documentado de maneira correta, permitindo melhor entendimento dos envolvidos da obra e tornando os serviços mais facilmente gerenciáveis. E a melhor maneira de se documentar e detalhar o escopo de uma obra é criando uma Estrutura Analítica do Projeto, popularmente conhecida como EAP.

A EAP pode ser decomposta em fases do ciclo de vida da obra, por entrega, por sistema funcional ou até mesmo pela localização física.

EAP decomposta em fases do ciclo de vida da obra

Porém, para que uma EAP seja corretamente elaborada, existe uma série de regras e pontos de atenção que devem ser seguidas para tal. Carlos Magno Xavier, em 2009 (Xavier, C.M.S “Gerenciamento de Projetos – Como definir e controlar o escopo do projeto” – Editora Saraiva; 2a edição, São Paulo, 2009.) de maneira muito simples e didática, elencou os 10 mandamentos da EAP:

1- Cobiçarás a EAP do próximo: Se temos obras semelhantes à que vamos executar, por que não aproveitar-se de uma EAP já existente para iniciarmos a estruturação de uma nova EAP?

2- Explicarás todos os subprodutos, inclusive os necessários ao gerenciamento de projetos: O subproduto que não estiver na EAP) não fará parte do escopo da obra.

3- Não usarás os nomes em vão: Não podemos gerar dúvidas em quem estiver interpretando a EAP. Os nomes devem ser claros e diretos.

4- Guardarás todas as descrições dos pacotes de trabalho na EAP:  Os pacotes de trabalhos da obra devem ser claramente detalhados em dicionário da EAP para que fique bem explicito o trabalho a ser realizado.

5 – Decomporás até o nível de detalhe pacote de trabalho: assim permite-se o planejamento e o controle do trabalho necessários para a entrega do subproduto.

6 –Não decomporás em demasia: Não é decompor a EAP em partes muito pequenas onde não seja possível controlar o custo e o prazo do item decomposto. Devemos decompor apenas até o nível que nos permita controle.

7 –Honrarás o pai: Cada elemento da EAP deve ser hierarquicamente componente do subproduto ao qual está subordinado (pai).

8 –Decomporás de forma que a soma dos subprodutos dos elementos componentes (filhos) corresponda ao subproduto do elemento pai:  A soma dos subprodutos componentes dever ser equivalente ao subproduto que foi decomposto

9 –Não decomporás em somente um subproduto: De acordo com o mandamento número 8, se um elemento é decomposto em apenas um componente, ele é igual ao pai e. Então por que representá-lo duas vezes?

10 –Não repetirás o mesmo elemento como componente de mais de um subproduto: Não ter um elemento (filho) como componente de mais de um subproduto (pai). Ex.: Se para fazermos a estrutura de vários pavimentos de uma torre com um único projeto estrutural completo, não devemos colocar a elaboração deste como subproduto de cada pavimento.