Mais de 10 anos de experiência profissional como Gerente de Projetos em obras em indústrias multinacionais, prediais, comerciais, logísticas e de infraestrutura: gestão de contratos, responsável pela gestão da criação das linhas de base de Escopo, Custo, Tempo, Pessoas, Qualidade e Risco e pelo monitoramento e controle da execução, identificando desvios em relação ao planejamento e controlando as expectativas de todas as partes interessadas envolvidas através de um sistema de reporte de desempenho, seja a nível de projeto ou portfólio.
O Brasil viveu um período de crescimento no mercado habitacional a partir de 2005 e 2006, sendo que em 2011 pode-se observar o boom¹ da construção civil, com um lançamento desenfreado de empreendimentos imobiliários, apoiados sobre a premissa do crescimento da demanda habitacional, logística/comercial e infraestrutura (os dois últimos em decorrência do desempenho econômico). A economia do país chegou a atingir a sexta posição na classificação das maiores economias do mundo em 2011, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI, 2012).
Segundo a visão do Eng. Murillo André Mendonça, Sócio-Diretor da PMON Gerenciamento, Incorporadoras e construtoras lançavam empreendimentos no calor do mercado, motivadas pela facilidade de crédito e alta velocidade de vendas, sem se preocupar com o alinhamento do produto oferecido com a demanda de mercado (afinal, a demanda era grande para todos os tipos de produto), com o funding (crédito era facilitado para as empresas) e modelagem econômica. Em resumo, o lançamento de um empreendimento imobiliário significava quase sempre sucesso para as incorporadoras. A ilustre frase de Lewis Carroll – “Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve”, ilustrava bem o caminho adotado por uma grande fatia de empresas do mercado habitacional brasileiro durante essa fase.
Mas, com a desaceleração econômica nos anos seguintes e recente cenário de recessão, idealizar e lançar um empreendimento imobiliário não tem sido uma tarefa fácil para as empresas que ainda sobrevivem: dificuldade na obtenção de funding, queda na procura e desaceleração de vendas, alto número de estoque, aumento de juros, diminuição do crédito imobiliário a população, são exemplos dos obstáculos a serem enfrentados pelo mercado.
Atualmente, é possível observar muitas empresas que compões o mercado imobiliário nacional que possuem postura estratégica basicamente intuitiva onde, o “feeling” empresarial muitas vezes se sobrepõe ao emprego metodológico de conceitos desenvolvidos para dar suporte a decisão de caráter estratégico. Ainda de acordo com o autor, a tomada de decisões sem a base de uma análise crítica rigorosa que permita a especulação dos resultados empresariais a que pode conduzir, contém muita incerteza e um componente aleatório extremamente arriscado. Este tipo de comportamento pode significar a extinção de diversas organizações.
“a tomada de decisões sem a base de uma análise crítica rigorosa que permita a especulação dos resultados empresariais a que pode conduzir, contém muita incerteza e um componente aleatório extremamente arriscado.”
Eng. Murillo André Mendonça
Gestão Estratégica de empresas do mercado de Real Estate
Quando se aborda a Gestão Estratégica de empresas do mercado de Real Estate, mais precisamente do mercado imobiliário habitacional, é importante e necessário apresentar o conceito de ciclo que permeia este nicho econômico, havendo uma dinâmica entre a oferta e as necessidades de consumo de habitações. Quanto não uma oferta adequada em relação à demanda, existe a possibilidade de ocorrência de uma quebra do mercado. A problemática surge pelo fato de o ciclo de implantação de um empreendimento imobiliário ser relativamente longo, havendo dificuldade em se planejar um empreendimento desconhecendo o comportamento futuro de mercado.
Atualmente, muitas empresas do mercado imobiliário tomam decisões sem o auxílio de um planejamento estratégico, ou baseado em planos estratégicos mal elaborados e/ou defasados, podendo ocasionar perdas irreparáveis às mesmas. Surge então a necessidade de as incorporadoras entenderem melhor seu posicionamento frente ao mercado onde atuam e de que maneira seu produto está alinhado às demandas do mercado, possibilitando uma mudança estratégica, seja de produto ou de nicho de mercado, o que muitas vezes representa a sobrevivência da mesma.
Assim como qualquer segmento, no mercado imobiliário as variáveis que interferem na dinâmica dos mercados nos quais determinada empresa está inserida, e as variáveis que estão relacionadas aos aspectos internos da organização, devem ser cuidadosamente identificadas, monitoradas, controladas e utilizadas para que se tenha uma visão clara dos três elementos que devem ser entendidos para a maximização da competitividade da organização: o que a empresa faz, onde está inserida no mercado e qual a visão de futuro.
Este mercado é caracterizado por interagir constantemente com o ambiente externo influenciado por medidas governamentais, taxas de juros, disponibilidade de funding¹, entre outros movimentos financeiros. Assim sendo, adotar estratégias consistentes pode auxiliar as empresas de Real Estate em sua estabilidade no mercado. O Planejamento e a Gestão estratégica possibilitam que as organizações adotem estratégias que as fortaleçam em condições adversas, visando a redução do poder dos elementos do ambiente.
Visando buscar uma visão mais aprofundada sobre essa problemática, o Eng. Murillo André Mendonça, Sócio-Diretor da PMON Gerenciamento desenvolveu um artigo pela Escola Politécnica da USP para traçar um diagnóstico inicial de como essas empresas entendem e conduzem a gestão da estratégia organizacional.
O Mesmo foi publicado nos anais e apresentado na 19ª Conferência Internacional da Latin America Real Estate Society e pode ser baixado na íntegra através do site: http://lares.org.br/lares2019/proceedings/pdfs/plenary/4DME.pdf